top of page

Prana

Trechos dos meus escritos:

“Prana é a energia vital. A energia que nos circunda. 

[…] 

 Ao meu entender, sem arte não há vida. Foi então que resolvi dar este nome para a performance e fui mais a fundo nos meus estudos em Hatha ioga.

Pensando na ideia de permanência no espaço me veio o desejo em resgatar a ioga não pela sua filosofia, mas sua metodologia, que configura o estado permanente de consciência total do ser, uma das preocupações constantes nos meus anos de curso: A consciência corporal do ator, do bailarino, do performer. Outro ponto de ligação que encontrei foi que, tanto a arte como a ioga, são ciências experimentais. Não podemos teorizar sem a vivência no corpo. O corpo é o instrumento. 

[…]

Vivemos num momento de caos, desordem e velocidade. Tudo se dá muito rápido e barulhento e a ioga vai num movimento contrário. Então, pensando nas ideias da consciência plena do ser, das portas que se abrem e se fecham e na permanência como resistência e incorporação, decidi, durante o processo de experimentação, desenvolver minha pratica em espaços urbanos mais diversos. Escolhi o corredor do Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte durante o período de ―okupação realizada pelos alunos; a parada de ônibus do Shopping Via Direta, que está sempre cheia de gente em trânsito; e a praia de Ponta Negra ponto turístico e movimentado, que oscila entre a calma do som do mar e o caos dos carrinhos que vendem CDs piratas. Cada espaço me causou uma sensação diferente. Fabiana Dultra Britto e Paola Berenstein Jacques escreverem no artigo de título: “Cenografias e Corpografias Urbanas: um diálogo sobre as relações entre corpo e cidade". 

“Os participantes ordinários das cidades realmente experimentam os espaços quando percorrem e, assim, dão-lhe “corpo” pela simples ação de percorrê-los. (BRITTO E JACQUES, 2008, p.83)

Isso também se aplica à arte, na verdade se aplica a todos os modos de existência. O que os corpos-espaços que ocupam os espaços-corpos fazem, é transformar pelo simples fato de existir em tal lugar. Dessa forma, pude perceber nas imagens a maneira como meu corpo engolia os espaços e vice-versa. Era perceptível como cada espaço influenciava na maneira com a qual me colocava nas ásanas e o tempo que permanecia nelas.”

Ficha Técnica:

Performer: Josie Pontes

Fotos: Camila Guerreiro e Raissa Tatiane

Ano:2013

Vá para:

bottom of page