Trabalho desenvolvido com a Sotim Companhia Teatral. Marakanãdê é a realização de um sonho nascido do desejo em conhecer mais a fundo a nossa ancestralidade. 

Marakanãdê, em Tupi, significa a união de todos os povos. É a Grande Festa, onde nos reunimos para contar e cantar a nossa própria história. Marakanãdê é o coração da terra, são os tambores que revelam, no luar, a beleza das cores. São os filhos da Amazônia unidos em dança. Por isso dançamos com os pés no chão, caminhando sobre as estrelas. Marakanãdê é a voz de um Brasil distante, que tanto diz quanto cala. Da dança, do fogo, da fala da gente desse lugar.

​

​

Abordar nossa ancestralidade indígena e trazer a tona aquilo que é tão esquecido por nós é poder descobrir o outro em nós mesmos e perceber que não somos uma substância única, homogênea, radicalmente diferente de tudo que não é si mesmo. Anti pressão e repressão. Respeito, cuidado e carinho. Medo, residência e frio. Resistência. Corpos que se exploram e desesperam pelo ato simples. Não o de pensar, mas o de sentir e só ser um e outro. O anti pensamento enquanto princípio para ação. Ser coletivo. Agir coletivo. Viver coletivo. Vamos colocar o dedo nas nossas feridas, mostrar a nossa cara e dizer quem somos. Dizer quem somos… Isso significa nos reconhecer enquanto parte essencial da ancestralidade de todas as nações, não somente, mas principalmente brasileiras, partindo dessa ideia de que, se um um único corpo nunca é só si, quantos corpos cabem em nove?

Esquecer as roupas, os modos, a língua.

Hoje a ótica do colonizador está impressa na nossa identidade. Não vemos o mundo com olhos livres, mas com o olhar do colonizador. Por isso mesmo é tão importante esse resgate humano que nos propusemos a realizar. Vamos investigar os mitos e conhecer a história. Ver com o coração espontâneo de uma criança e a sabedoria daqueles que nos carregam. Falar da nossa ancestralidade indígena da forma mais digna e genuína, vivendo, sentindo, pesquisando, trazendo à cena tudo aquilo que nos toca, aquilo que é real, somente aquilo que precisa ser. Sem exageros, sem máscaras, sem panos. Conhecer as atrocidades mais revoltantes e atravessar o tornado. Experienciar a simplicidade mais pura e perceber nela o amor.

​

FICHA TÉCNICA

ELENCO: Bia Costa, Chris Rebello, Cris Ribeiro, Isaak Vale, Josie Pontes, Nuriel Gomes, Rodrigo Balbino, Tayara Maciel e Wayne Marinho

DIREÇÃO: Jorge Leite

DRAMATURGIA: Alessandra Carvalho, Jorge Leite e Ricardo Rocha

PREPARAÇÃO CORPORAL E DIREÇÃO DO MOVIMENTO: UmAlice de Muitas, Josie Pontes e Vera Lopes

CANTO E DIREÇÃO MUSICAL: Fernando Guilhon

ORIENTAÇÃO VOCAL: Lúcia Provenzano

ORIENTAÇÃO NOS TECIDOS ACROBÁTICOS: Felipe De Gois

ORIENTAÇÃO DE CENOGRAFIA E ILUMINAÇÃO: Daniele Geammal

ORIENTAÇÃO DE FIGURINO E ADEREÇOS: Luciana Barbosa

ORIENTAÇÃO TEÓRICA: Alessandra Carvalho, Luiz Ernesto e Ricardo Rocha

ORIENTAÇÃO DE PRODUÇÃO: Heitor Collet

CONFECÇÃO DE FIGURINOS: Célia Regina e Geysa Bezerra

 

AGRADECIMENTOS

Aldeia Maracanã, Aldeia Sapucay, Alice Forte, Ana Claudia Costa, André Rebello, Beatriz Christino, Brenda Costa, Cacique Domingos, Carmel Puri, Danielle Pacheco, Danilo Vettorazzi, Danuza Formentini, Dauá Puri, Diego Costa, Dione Gomes, Edite Costa, Estevão Vale, Felipe de Gois, Joao Osmar, Júlia Muniz-Xavante, Katia Pacheco, Lia, Marcelo Reis, Maria Cristina Maciel, Maria do Socorro do Vale, Marileide de Lima, Neise Gomes, Patrícia Marinho, Sheila Marinho, Talita Evangelista, Turi Pataxó, Uma Alice de Muitas, Valkiria Santos, Vanessa Muniz, Verá

 

APOIADORES

Aelson Dias, Aline Coropos, Ana Claudia Costa, Antonio Filipe Braga, Araceli Otero, Brenda Monteiro , Camila Barra, Christiane Messias, Cid de Oliveira, Diogo Cesar, Eliane Carvalho, Felipe Maia, Gabriella Adami, Henrique Fiuza, Íris Carniel, Isabel Valle, Izabella Almeida, Javier Alvarez, João Pessoa, Keila Campaneli, Ludmylla Reis, Luiz Ernesto, Mariza Garcia, Michelle Iluminada, Patricia Alencar, Regina Rebello, Ricardo Reis, Rosangela Costa, Thiago Lourenço, Vera Fiuza, Vera Rebello, Walysson Barbosa